22/06/2009 , às 18h18
11,6 milhões de crianças já foram vacinadas contra poliomielite
Em estados e municípios, as crianças podem ser vacinadas, o que beneficia, principalmente, aquelas que moram em áreas de difícil acesso
Dados da primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação Contra Poliomielite divulgados nesta segunda-feira, 22, apontam que 11,6 milhões de crianças menores de cinco anos foram vacinadas em todo o país. O balanço parcial –consolidado às 17h00 – mostra 75,16% de cobertura da população-alvo, que é atingir 14,7 milhões de crianças. Este número representa 95% do total deste segmento populacional, o que representa cerca de 15,5 milhões de menores de até cinco anos (ver tabela 2).
Nos próximos dias, a vacinação continua em todos os municípios, inclusive em zonas rurais e localidades de difícil acesso, como a região amazônica. As Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde são responsáveis pela atualização dos dados nas próximas semanas. Até o momento, de acordo com o balanço preliminar, as coberturas por região ficaram em 86,85% no Sul, 79,96% no Sudeste, 69,1% no Nordeste, 73,52% no Centro-Oeste e 62,79% no Norte (ver tabela 1).
Com o slogan “Não dá pra vacilar. Tem que vacinar.”, a campanha recebeu R$ 46 milhões em investimentos do Ministério da Saúde. Do total, R$ 21,8 milhões foram aplicados na aquisição dos imunobiológicos (vacinas); R$ 13,2 milhões foram transferidos para os Fundos Estaduais e Municipais de Saúde; e R$ 11 milhões foram investidos em ações de comunicação e publicidade para as duas fases da mobilização. Ao todo, 115 mil postos de vacinação participaram da primeira etapa da campanha, com o envolvimento de cerca de 350 mil pessoas e a utilização de cerca de 40 mil veículos (terrestres, marítimos e fluviais).
O Brasil, assim como toda a América Latina, já recebeu da Organização Mundial de Saúde (OMS) o certificado de que não há circulação do vírus da poliomielite no território nacional. Essa vitória sobre o vírus ocorreu, sobretudo, pelas campanhas e dias de vacinação, realizados desde a década de 80. “Atualmente, a importância da vacina é manter o país livre da circulação do vírus. As gotinhas não têm contra-indicações. A aplicação não provoca dor e a vacina é a única forma de prevenir a doença”, explica a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Maria Arindelita Arruda.
Tabela 1 – Índice de cobertura vacinal registrada até o momento nos estados onde foi realizada a vacinação:
UF | Total | ||
População | Vacinados | Cob. | |
82.753 | 53.479 | 64,62% | |
366.360 | 287.406 | 78,45% | |
78.229 | 58.699 | 75,03% | |
756.544 | 384.147 | 50,78% | |
137.526 | 87.932 | 63,94% | |
51.100 | 41.929 | 82,05% | |
127.455 | 90.966 | 71,37% | |
NORTE | 1.599.967 | 1.004.558 | 62,79% |
330.429 | 258.494 | 78,23% | |
1.274.780 | 776.396 | 60,90% | |
743.871 | 541.814 | 72,84% | |
665.828 | 404.366 | 60,73% | |
316.674 | 260.768 | 82,35% | |
753.627 | 595.353 | 79,00% | |
301.308 | 178.630 | 59,28% | |
264.635 | 191.834 | 72,49% | |
196.483 | 142.062 | 72,30% | |
NORDESTE | 4.847.635 | 3.349.717 | 69,10% |
277.117 | 182.756 | 65,95% | |
1.488.648 | 991.723 | 66,62% | |
1.138.874 | 928.423 | 81,52% | |
3.060.908 | 2.667.136 | 87,14% | |
SUDESTE | 5.965.547 | 4.770.038 | 79,96% |
775.650 | 677.244 | 87,31% | |
716.855 | 625.807 | 87,30% | |
427.797 | 364.673 | 85,24% | |
SUL | 1.920.302 | 1.667.724 | 86,85% |
223.033 | 184.424 | 82,69% | |
472.339 | 383.120 | 81,11% | |
202.609 | 138.570 | 68,39% | |
263.403 | 147.685 | 56,07% | |
C.OESTE | 1.161.384 | 853.799 | 73,52% |
BRASIL | 15.494.835 | 11.645.836 | 75,16% |
Tabela 2 – Quadro de metas para a campanha nacional de vacinação infantil (junho de 2009)
UF | Meta 95% pop.<> | Quantitativo de vacinas | Valor por UF 1ª etapa | Valor por UF 2ª etapa |
RO | 130.650 | 206.300 | 151.278,60 | 151.278,60 |
AC | 78.615 | 124.200 | 91.028,30 | 91.028,30 |
AM | 348.042 | 549.600 | 402.996,00 | 402.996,00 |
RR | 48.545 | 76.700 | 56.210,00 | 56.210,00 |
PA | 718.717 | 1.150.000 | 832.198,40 | 832.198,40 |
AP | 74.318 | 117.400 | 86.051,90 | 86.051,90 |
TO | 121.082 | 191.200 | 140.200,50 | 140.200,50 |
MA | 632.537 | 998.800 | 346.230,56 | 346.230,56 |
PI | 286.243 | 452.000 | 156.680,16 | 156.680,16 |
CE | 706.677 | 1.115.800 | 386.812,92 | 386.812,92 |
RN | 251.403 | 397.000 | 137.610,20 | 137.610,20 |
PB | 300.840 | 475.000 | 164.670,48 | 164.670,48 |
PE | 715.946 | 1.130.500 | 391.886,04 | 391.886,04 |
AL | 313.908 | 495.700 | 171.823,08 | 171.823,08 |
SE | 186.659 | 294.800 | 102.171,16 | 102.171,16 |
BA | 1.211.041 | 1.950.000 | 662.885,60 | 662.885,60 |
MG | 1.414.216 | 2.300.000 | 595.459,20 | 595.459,20 |
ES | 263.261 | 415.700 | 110.846,80 | 110.846,80 |
RJ | 1.081.930 | 1.700.000 | 227.774,80 | 227.774,80 |
SP | 2.907.863 | 4.600.000 | 612.181,60 | 612.181,60 |
PR | 736.868 | 1.200.000 | 155.130,00 | 155.130,00 |
SC | 406.407 | 642.000 | 85.559,40 | 85.559,40 |
RS | 681.012 | 1.100.000 | 143.371,00 | 143.371,00 |
MS | 192.479 | 304.000 | 81.043,60 | 81.043,60 |
MT | 250.233 | 395.200 | 105.361,20 | 105.361,20 |
GO | 448.722 | 708.500 | 188.935,60 | 188.935,60 |
DF | 211.881 | 334.600 | 44.606,60 | 44.606,60 |
BRASIL | 14.720.093 | 23.425.000 | 6.631.003,70 | 6.631.003,70 |
SOBRE A DOENÇA – A vacina contra a poliomielite é um serviço básico oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e disponível durante todo o ano nos postos de saúde, na vacinação de rotina. Além do esquema básico (três doses de rotina), a criança de até cinco anos de idade tem de tomar todos os anos as duas doses da campanha. Isso porque a paralisia é transmitida por três tipos de vírus. “As várias doses se justificam por isso. Se a criança não desenvolveu a imunidade com relação a um vírus, com as várias doses, ela tem oportunidade de se imunizar”, diz Arindelita.
A poliomielite é uma infecção grave. Na maioria das vezes, a criança não morre quando é infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso. As conseqüências mais comuns ocorrem nos membros inferiores, mas o vírus também pode ocasionar uma lesão mais grave em um ou mais membros ou até mesmo levar à morte – por meio de uma tetraparalisia. A doença é causada e transmitida por um vírus que entra no organismo via oral.
A pessoa infectada pode transmitir a doença pelas fezes que, em contato com o ambiente, atingem quem não foi devidamente imunizado. Como o vírus é muito leve, ele pode ser levado pelo ar, entrar em contato com o alimento, com os brinquedos ou atingir a criança por via oral ou pela ingestão de água contaminada. Em ambientes com más condições de saneamento básico, o vírus pode contaminar a água, o solo e o meio ambiente de forma geral.
NO MUNDO – A transmissão da poliomielite é endêmica (constante) em quatro países: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. Outros 15 países têm registro de casos importados: Sudão, Uganda, Quênia, Benim, Angola, Togo, Burkina Faso, Niger, Mali, República Central da África, Chade, Costa do Marfim, Gana, Nepal e República Dominicana do Congo.
São países com os quais o Brasil mantém relações comerciais e com alguns deles há fluxo migratório de pessoas. “O fato de a pólio estar erradicada no Brasil não é motivo para descanso. É importante manter a vigilância e imunizar as crianças. Se alguém trouxer o vírus de um desses países, as crianças não correrão risco de adquirir a doença”, explica Maria Arindelita.
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